fbpx
Apresenta:

Breggae: quando o Brega encontra o Reggae; ouça a seleção

Fizemos uma seleção com algumas canções que marcam o diálogo entre esses dois gêneros musicais.

No Podcast Embrazado #016 e no Espetinho #03 a gente falou dos primeiros momentos da chegada do Reggae no Brasil. Rolou até um post especial no instagram listando os primeiros discos do ritmo jamaicano gravados em terras brasileiras. Agora que a gente decidiu criar uma playlist com algumas músicas que marcaram esse momento, aproveitamos para destacar aqui os enlaces do reggae com o brega.

Para nos ajudar nessa seleção, chamamos o DJ Zalma, recifense, exímio conhecedor do reggae, do brega e também do breggae. Zalma topou de primeira e juntos selecionamos 15 músicas como uma síntese do encontro entre esses ritmos tropicais. Será que você conhece alguma delas?

Perla – Vamos dançar reggae (indicação do DJ Zalma)

Cantora paraguaia de nascença, mas brasileira de coração, Perla fez muito sucesso nos anos 1970 com hits como Fernando e Pequenina. Mas em 1980 a cantora lançou um compacto em que uma música convidativa chamava para dançar reggae. Importante levarmos em consideração que em 1980, ainda eram pouquíssimas as gravações de reggae no Brasil.

Carlos Alexandre – Vem ver como eu estou

Um dos maiores ídolos do brega, o cantor Carlos Alexandre lançou em 1984 o disco “Vem ver como eu estou”. A faixa homônima, que abre o álbum, é um belíssimo encontro do sofrimento melodramático que marca o brega, com o suingue do reggae.

Pinduca – Vim pra te dar amor (indicação do DJ Zalma)

Como se já não bastasse ser rei do carimbó moderno e um dos fundadores da lambada, Pinduca continuou experimentando flertar com outras sonoridades na sua carreira. “Vim pra te dar amor”, gravada em 1985, ajuda-nos a repensar as habilidades de Pinduca em passear pelas sonoridades tropicais, agora incluindo o reggae.

Frankito Lopes – Vem minha índia (indicação do DJ Zalma)

Conhecido como “o índio apaixonado”, Frankito Lopes se tornou um dos maiores ícones do brega paraense. Segurando flechas e trajando colares e adereços indígenas, Frankito incluiu no seu 4º álbum, lançado em 1985, um reggae dançante, assim como o de Pinduca, mesclando ritmos caribenhos.

Antônio Cearense – Eu te amo (indicação do DJ Zalma)

É reggae, lambada, ou forró? Antônio Cearense mesclou tanta coisa numa só música que fica até difícil não especular sobre as influências. O que sabemos é que o estado do Ceará é um polo reggae no Brasil até hoje e não foi somente um grande consumidor de lambadas e beiradão, como também um ávido produtor. Vide os forrós calientes dos anos 1990 e 2000, como Magníficos e Mastruz com Leite.

Alípio Martins – Bregga da ilha (indicação do DJ Zalma)

Alípio Martins, cantor paraense famoso pelas músicas irônicas e salientes, lançou em 1999 um disco especial nomeado “Breggae e dance”, flertando com a música eletrônica de pista e também com o reggae. Destacamos a segunda faixa do disco, “Bregga da ilha”, uma ode ao estilo de vida bregueiro e a dança coladinho.

Raimundo Soldado – Reggae da Diana

Uma dos mais inventivos artistas maranhense, Raimundo Soldado já passeou pelo brega, pela disco music, pelo forró e também pelo reggae. “Raggae da Diana” é um autêntico brega na letra melodramática, falando de desilusão amorosa, mas o suíngue do reggae dá o tom à música.

Roberto Rasta – O fera das versões

Diretamente de Alagoas, Roberto Rasta conecta o brega e o reggae por um instrumento comum entre os dois: o teclado eletro ritmo. O primeiro disco do cantor, lançado em 2004, é só a ponta do iceberg. Em atividade até hoje, Roberto toca em ritmo de reggae temas como a prisão, a desilusão amorosa e as festas e danças do brega e do reggae.

Luiz Natureza – Falsa demais (indicação do DJ Zalma)

Esse dub só Zalma seria capaz de achar, porque Luiz Natureza publicou apenas 5 músicas na internet e sumiu do mapa. Pouco se sabe sobre o cara que criou verdadeiras pepitas do breggae. “Falsa demais” é nossa preferida, mas dá pra encontrar espalhadas entre o YouTube e o soundcloud mais algumas músicas do misterioso cantor soteropolitano.

Júlio Nascimento – Reggae do Brasil

Júlio ficou marcado pelas músicas com nomes femininos, tais quais Leidiane, Dalziza, Luana, Sandra, canções essas sempre amarguradas mas nunca tristes. A diversão ironicamente virou sua marca enquanto cantor de seresta, um ritmo estereotipado pela tristeza. Maranhense que é, Júlio também enveredou para o reggae em várias momentos da carreira, lançando inclusive discos completos. Destacamos “Reggae do Brasil”, um álbum que expressa o seu carinho pelo seu estado natal.

Juca Culatra – Palavras (indicação do DJ Zalma)

Nos anos 1990 o cantor Marcelo Wall eternizou “Hazard”, de Richard Marx, em ritmo de brega; nascia assim o sucesso atemporal “Palavras”. Em 2017 a música ganhou uma versão dub com o cantor Juca Culatra no disco intitulado “breggae”, um verdadeiro compilado de versões reggae de bregas paraenses clássicos. Músicas como “Ao por do sol”, de Teddy Max, “De repente” de Lima Neto e “Conquista”, de Wanderley Andrade, também foram regravadas nesse álbum.

MC Reino – Todo mundo fuma

Entre 2012 e 2014 o bregafunk ganhou novos ares. Nessa época surgiram os primeiros enlaces do ritmo recifense com o ragga, descendente do reggae. Uma música que marcou esse momento foi “Todo mundo fuma” do MC Reino. Em atividade como MC e beatmaker, Reino até hoje insere o riddim da guitarra jamaicana nas suas produções, assim como o DJ Barca na Batida, que produziu, entre outras “Tome Baby”, do MC Nedved, outro hit do bregafunk que tem influências do reggae.

Melô de Chapuletei – Shevchenko e Elloco, MC Maneirinho e Trucadona Big Mix

“Ninguém fica parado” dos MCs Shevchenko e Elloco com o MC Maneirinho é um marco no bregafunk. Hit absoluto, chegou aos paredões piauienses e lá ganhou uma versão reggae remix. Aqui a gente lista Melô de Chapuletei, mas esse é somente um dos vários reggae remix de bregafunks que os paredões de reggae do Piauí vêm tocando. Por lá, o brega e o reggae se encontram sempre.

MC Tocha e Banda Sentimentos – Onde Estás

A gente já contou a história dessa música por aqui, mas é sempre bom lembrar que o hit do brega romântico recifense em 2020 é fruto de uma versão do reggae “Tu si mim” do cantor de reggae argentino Dread Mar I. Não poderíamos deixar essa música passar despercebida.

Betto Dougllas – Reggae da Despedida (indicação do DJ Zalma)

Se você chegou até aqui é porque merece ouvir talvez a mais peculiar das canções que misturam o brega com o reggae. Isso porque em “Reggae da despedida” o cantor Betto Dougllas incorpora um declamador de canções, tal qual Francisco Cuoco, para fazer uma versão de “Não quero ver você triste”, música de Roberto Carlos. O resultado é um reggae fora da curva e bem triste, com direito a uma moça chorando ininterruptamente ao fundo.

E aí, gostasse? Comenta com a gente o que faltou nesses nossos destaques!

Leia também

Deixe um comentário